Melhores Frases do Livro A Filha Perdida, de Elena Ferrante

A Filha Perdida, da renomada Elena Ferrante, foi uma leitura bastante agridoce para mim. E creio que deva ser assim para a maioria das pessoas.

Ao ler abaixo as frases do livro A Filha Perdida, você perceberá como a história evoca no leitor sentimentos conflituosos, que realmente nos tira da zona de conforto.

Em uma história em que a protagonista desperta nossa empatia e, ao mesmo tempo, nossa raiva, é até mesmo difícil descrever a obra. No entanto, vou detalhar um pouco sobre a história para que você entenda sobre o que se trata A Filha Perdida.

Resumo do livro ‘A Filha Perdida’

A Filha Perdida é um livro que aborda sobre a maternidade, em um ponto de vista doloroso.

Leda, a protagonista e narradora, acabou de se ver livre de suas filhas. Finalmente Bianca e Martha cresceram e foram morar com o pai no Canadá, e agora Leda poderá aproveitar suas férias em Napóles.

Ao fazer de sua rotina ir todos os dias para a mesma praia e ficar no mesmo ponto, ela observa uma família napolitana muito parecida com sua família de origem, da qual ela escapou e foi para longe logo que completou 18 anos.

Ali, ela encontra uma família com modos semelhantes: grosseira, barulhenta, cheia. Bem diferente do seu modo, culto e reservado, que ela tanto valoriza. Mas entre os membros dessa família, destacaram-se Nina e sua pequena filha, Elena. Observando a relação entre mãe e filha daquela família desconhecida, Leda apega-se, com sentimentos conflituosos – admiração? repugnância? – e determinados acontecimentos acabam aproximando Leda daqueles que ela apenas observava de longe.

Enquanto isso, conhecemos através das memórias de Leda, sua relação difícil com a maternidade, que desencadeia em uma relação difícil com suas filhas no presente.

Frases do livro A Filha Perdida

Muitas frases do livro A Filha Perdida são simples, mas me fizeram refletir bastante. Sem dúvidas, esse é um livro bastante incômodo, pois faz você rever e repensar como você enxerga uma mãe e como se enxerga como filha.

Aqui, não existem apenas sentimentos bonitos. Pelo contrário, Leda disseca seu coração para os leitores, mostrando sem reservas todos os lados feios que guarda dentro de si.

Veja abaixo as melhores frases e trechos dessa leitura:

Mas eu não invento nada, só escuto, o não dito fala mais que o dito.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Como eu sofria por ela e por mim, como eu me envergonhava de ter saído da barriga de alguém tão infeliz.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Eu não era mais um peso para mim mesma.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Talvez fosse o que ela sempre desejara em segredo: não ser minha filha. […] falava como se a culpa fosse minha, eu não a fizera de uma maneira que pudesse ser feliz. 

Ler e escrever sempre foram a minha forma de me acalmar.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Eduquei-me a estar presente somente se quisessem minha presença e a ter voz somente se me pedissem para falar. Era o que exigiam de mim e o que eu dava a elas. O que eu queria delas, isso nunca entendi, nem mesmo agora tenho essa resposta.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Eu achava que todo sofrimento que atingisse as minhas filhas era fruto do já comprovado fracasso do meu amor.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Que bobagem pensar que é possível falar de si mesmo aos filhos antes que eles tenham pelo menos cinquenta anos. Queria ser vista por eles como uma pessoa e não como uma função. Dizer: sou história, vocês começam comigo, escutem, pode ser útil.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Os filhos são assim, às vezes amam com afagos, outras vezes tentam mudá-la totalmente, reinventando você, como se achassem que cresceu mal e que é dever deles ensinar a como estar no mundo.

A Filha Perdida, de Elena Ferrante

Entendendo A Filha Perdida

A Leda é uma personagem que mostra ao leitor a importância de buscar se entender para não repetir ciclos. A sua relação difícil com a própria mãe influenciou muito a relação que ela construiu com as filhas. E embora ela não quisesse cometer aquilo que ela julgava como erros de sua mãe, ela também não entendia exatamente qual mãe ela queria (ou poderia) ser.

Muitas vezes, tive a sensação de que a Leda apenas não queria ser como sua mãe, não queria que suas filhas sentissem o que ela sentia, quando criança e adolescente, como filha. Mas, ainda assim, isso não era suficiente.

A certo ponto do livro fiquei surpresa ao perceber que a Leda realmente possuía um amor profundo por suas filhas. Pois, em diversos momentos, a maternidade parecia-lhe como algo que roubara partes de si mesma. E quando eu pensava que realmente a Leda não gostava de suas filhas, Elena Ferrante mostrou outra face da personagem que me fez repensar tudo.

Compreendi que, de certa forma, Leda amava suas filhas, não queria que suas filhas sofressem, mas também nutria sentimentos ruins dentro de si: inveja, ressentimento, raiva. Era como se ela amasse as filhas, mas odiasse ser mãe, o que gerou uma relação cheia de conflitos e angústia em todos os envolvidos.

Eu gostei da leitura de A Filha Perdida, principalmente pela escrita envolvente da Elena Ferrante e como ela faz você refletir ao longo do livro sobre coisas que parecem tão comuns na relação de mãe e filha, mãe e mulher, filha e mulher.

De verdade, não gostei da Leda, achei a personagem egoísta, invejosa e intragável de modo geral. Mas isso apenas tornou a leitura mais instigante, pois eu queria entender melhor como a sua mente funcionava.

Recomendo a leitura para quem gosta de livros com um tom mais profundo e reflexivo, e especialmente para quem gosta de histórias que abordam as relações familiares!