Em Águas Sombrias, de Paula Hawkins | Resenha

Em Águas Sombrias

Se você gosta de livro de suspense e thriller psicológico cheio de reviravoltas e segredos, com certeza Em Águas Sombrias irá captar a sua atenção.

Em Águas Sombrias, Paula Hawkins (que também é a autora de A Garota no Trem) escreveu uma história que explora segredos familiares, tragédias e as complexidades dos relacionamentos. E foi uma leitura maravilhosa para mim, que estava em busca de um bom livro de suspense que me envolvesse completamente.

A história

Ao longo dos séculos, diversas mulheres morreram no rio que passa por dentro da cidade de Beckford. A maioria dos casos foi levados como suicídios, mas Nel Abott tem certeza que muitas dessas tragédias ocorreram para que os homens se livrassem de mulheres encrenqueiras.

Assim, ela começa a procurar os segredos dessas mulheres, se envolvendo em histórias conturbadas, pressionando pessoas perigosas e escrevendo um livro. Isso até que Nel aparece morta no rio. 

Jules, sua irmã mais nova que não falava com Nel há décadas, acaba tendo que voltar para a cidade onde cresceu, o lugar que ela mais gostaria de esquecer que existe. A princípio ela tem que cuidar de Lena, sua sobrinha, mas conforme as suspeitas de que Nel havia se suicidado naquelas águas vão deixando de fazer sentido, ela é uma peça chave para poder ajudar a polícia a compreender o que aconteceu com a irmã.

O único problema é que faz anos que Jules faz questão de não ter qualquer contato com Nel, e Lena não está disposta a colaborar nem um pouco.

Resenha Em Águas Sombrias

O começo de Em Águas Sombrias foi muito confuso para mim. A narrativa dos capítulos vai sendo alternada entre os personagens com alguma relação com Nel – como Jules, Lena, Erin, a policial enviada de outra cidade para cuidar desse caso, Sean, o policial local. No começo, isso foi bastante cansativo, porque era difícil lembrar de cada personagem apresentado tão rapidamente. E, sempre que mudava o narrador, eu tinha que fazer um grande esforço para lembrar quem ele era.

Além disso, o livro começa repleto de segredos. Cada pessoa parece ter uma versão e opinião sobre quem era Nel e, na maioria dos casos, essas opiniões não eram nem um pouco positivas. O único problema – que também foi um ponto positivo para manter ao máximo o mistério da história – é que o leitor acaba sabendo muito pouco do motivo pelo qual as pessoas não gostam de Nel, ou a acham encrenqueira.

Ou seja, muitas pessoas parecem suspeitas, mas não sabemos qual delas realmente tem motivo suficiente para acabar matando aquela mulher.

O mistério de Nel acaba se relacionando também com os mistérios de outras mulheres da cidade, inclusive Katie, a melhor amiga de Lena que havia se suicidado no mesmo rio poucos meses antes da tragédia com Nel. O suicídio de Katie ainda deixava muitas dúvidas nas pessoas: afinal, porque uma menina alegre, inteligente e tão bonita cometeria algo assim?

Conforme a história se desenrola, mais vamos encontrando segredos profundos que ligam Katie, Lena e, consequentemente, Nel. Tais mistérios podem ajudar a solucionar a grande incógnita do que aconteceu com a irmã de Jules, mas quando eles começam a ser revelados, outras histórias acabam ganhando mais força na trama geral do livro. O que aconteceu com Nel acaba tendo um efeito dominó na história, já que muitas outras coisas, mistérios e segredos, desencadeiam a partir da morte dela.

As coisas que quero lembrar, não consigo, e as coisas que faço de tudo para esquecer não param de voltar à minha memória.

Em Águas Sombrias, de Paula Hawkins

A narrativa da Paula Hawkins é muito boa e fluída, o que para mim é um ponto muito positivo. Tenho um certo trauma em ler mistérios porque quase sempre a história é contada de forma lenta, detalhista demais e bem maçante. Não foi o caso aqui! Além disso, ela cria uma ambientação muito realista, então enquanto eu lia eu conseguia imaginar facilmente os lugares e os rostos das pessoas.

Embora o começo do livro tenha sido muito confuso e eu tenha ficado perdida com a história de tantos personagens, achei muito inteligente como a autora fez uma teia de aranha com todas essas histórias. No começo, parece um emaranhado aleatório, mas, quando vamos nos aprofundando na leitura, vamos percebendo que há pontos em comum que ajudam a compor um quadro geral.

Tudo isso contribuiu para ser uma leitura muito envolvente, do tipo que quanto mais eu lia, mais curiosa eu ficava para entender o que aquelas pessoas tinham a ver umas com as outras.

Mostrar para alguém que a gente está magoada é a pior coisa que se pode fazer, não é?

Em Águas Sombrias, de Paula Hawkins

O livro é repleto de relacionamentos problemáticos, entre irmãs, amizades e relações amorosas. Você se apega facilmente com esses relacionamentos e é difícil saber o que sentir em relação aos personagens, porque não existe alguém totalmente ruim ou totalmente bom.

Os personagens foram construídos de uma maneira muito realista, eles podiam ser bons ou ruins, podiam tomar decisões erradas enquanto tentavam acertar… E isso acabou mexendo comigo emocionalmente. O que foi ótimo, pois me fez sentir a dor dos personagens enquanto eu lia, me envolvendo ainda mais na trama.

Em Águas Sombrias é aquela história que te faz ficar atenta para não perder algum detalhe importante e, quanto mais as coisas pioravam, mais curiosa eu ficava para conseguir entender toda aquela confusão. Vale muito a pena dar uma chance para essa leitura!

Conheça esse e outros livros da mesma autora:

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11 Comments

  1. Na Nossa Estante

    Oi Alexia, tudo bem? Eu ainda não li nada da autora, mas apesar das ressalvas é uma premissa interessante. Gosto de tramas com personagens complexos e bem construídos e espero curtir a leitura!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

  2. Miriã Mikaely

    Oi, Aléxia
    Eu fico muito curiosa para descobrir os mistérios por detrás desses suspenses, mas sabe aquele gênero que simplesmente não rola? Eu não sinto a menor vontade de ler, tipo, não sinto nada só curiosidade pra saber o final mesmo, e quando invento de tentar eu não avanço na narrativa. É triste!
    Beijo
    http://www.suddenlythings.com/

  3. Cida

    Oi Alexia! Eu li outro livro da autora e gostei bastante, mas este aqui parece ser bem diferente e sempre vejo comentários que é confuso. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

  4. Luiza Helena Vieira

    Oi, Lex!
    Nossa, eu não consigo olhar para essa capa sem me sentir mal.. sei lá, não gosto dela.
    Acho que esse começo confuso iria me desestimular um pouco junto com essa troca de narrção.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Concorra a um exemplar autografado de O que eu tô fazendo da minha vida
    Sorteio de aniversário Balaio de Babados e O que tem na nossa estante. São quatro kits; um para cada ganhador

  5. Sil

    Olá, Aléxia.
    Eu li esse livro porque gostei bastante de A Garota No Trem. Mas desse eu acabei não gostando muito, tanto que nem me lembro da história mais. E se esqueci é porque não gostei hehe.

    Prefácio

  6. karinapinheiro

    Olá
    adorei sua resenha sincera e sua opinião franca sobre o livro.
    Adoro personagens problemáticos, pois eu amo analisá-los.
    Nós nos envolvemos mesmo com os personagens e não queremos largá-los de jeito nenhum.
    bjo

    Karina Pinheiro

  7. Alice Duarte

    Oiii Alexia

    Que legal saber que a narratyiva aqui foi ágil e fluída, geralmente thrillers são bem cheios de detalhes mesmo. Já ouvi falar que o inicio é confuso por causa da quantidade de personagens inseridos d euma vez na trama, mas menos mal que aos pouos o leitor vai se habituando. Eu quero ler esse livro qualquer dia.

    Beijos

    http://www.derepentenoultimolivro.com

  8. Kaila Garcia

    Amei sua resenha, a capa desse livro é incrível, parece que escolheram todos os detalhes a dedo. Uma pena a história ser confusa no início, mas que bom que depois ela é bem desenvolvida!

    http://www.kailagarcia.com

  9. Tamires Marins

    Oi, Aléxia

    Fiquei bem contente de ver que você gostou, pois o livro só recebe hate! Hahaha
    Eu gostei bastante e ao contrário de você a leitura foi bem tranquila do início ao fim, não fiquei confusa em nenhum momento.
    Estou torcendo para que ela publique um novo livro o quanto antes!!

    Oi, Denise

    Eu não tenho interesse pela série, fico até boiando quando falam que é um clássico, pois nunca sequer ouvi falar na autora antes do lançamento da série.
    O que mais me chama a atenção é essa abordagem científica e religiosa que o livro possui. O fato delas se cruzarem e vem interessante, já que realmente elas não andam juntas.
    Espero que você aprecie os demais.

    Beijos
    – Tami
    https://www.meuepilogo.com

  10. Nana Barcellos

    Oi Aléxia,
    Da autora só li mesmo A Garota no Trem e gostei bastante da maneira que ela aborda as personagens femininas. Lá ela também dividiu os capítulos assim, o que me deixava mais curiosa HAHAHA
    Espero ler esse também, fiquei super encucada aqui com os assassinatos no rio.

    até mais,
    Nana – Canto Cultzíneo

  11. Denise Flaibam

    Oi, Lex! Tudo bom?
    Esse livro foi uma grata surpresa pra mim. O começo é realmente bem confuso, mas acho que faz parte da imersão nos mistérios e na tensão que a autora queria construir – e como construiu! Eu roí as unhas de tanto nervoso querendo entender o que estava acontecendo.
    E A CENA FINAL COMO EU FIQUEI NO CHÃÃÃO. Deu até saudade do livro <3

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

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