Blackmoore, de Julianne Donaldson | Resenha

Se você é apaixonado por romances de época, com certeza vai se encantar com Blackmoore, uma história arrebatadora de amigos que se apaixonam (o famoso friends to lovers).

Título: Blackmoore

Autor: Julianne Donaldson

Páginas: 384

Editora: Universo dos Livros

Compre na Amazon ou leia no Kindle Unlimited.

História de Blackmoore

Apesar dos planos de sua mãe, Kate sabe que seu destino não é se casar. Contrariando todas as expectativas para uma moça de sua idade e posição social, o que seu coração mais deseja é conhecer a Índia. E quando sua tia a convida para esta viagem, Kate não hesita em querer deixar para trás a família que abomina e seguir seu coração.

No entanto, nada é tão simples. Após um acordo com sua mãe, Kate até poderá ir para a Índia, mas apenas se receber e rejeitar três pedidos de casamento enquanto estiver em Blackmoore, a mansão da família Delafield que Kate sempre sonhou conhecer.

É assim que Kate e Henry, seu amigo de infância, formam um pacto que permitirá a ela conquistar aquilo que sempre quis. Ou, pelo menos, o que ela acha que é seu maior desejo…

O que achei da leitura

Blackmoore é um livro com aquele ritmo bem lento, com muitas descrições e detalhes que enriquecem a narrativa e torna a história ainda mais bela, mas que podem irritar quem gosta de uma escrita mais direta ao ponto. Na minha experiência de leitura, a história me envolveu aos poucos e, embora em alguns momentos sejam realmente mais monótonos, fui mergulhando cada vez mais fundo na história, nas emoções intensas dos personagens e no suspense de saber quando as coisas iriam acontecer, pois já estava um tanto óbvio o que aconteceria

Você foi a única surpresa na minha vida, Kate. E eu tenho medo, tenho muito medo de que, depois que você se for, eu nunca seja surpreendido novamente.

A escrita é bem poética e Julianne consegue descrever como ninguém sentimentos e emoções únicas. Além de retratar paisagens de forma tão vívida que é quase como se você imergisse nas páginas e estivesse vendo com seus próprios olhos. Diversas cenas são repletas de descrição do canto de pássaros – uma paixão da protagonista, Kate – e, mesmo tendo lido o livro há meses, sempre que ouço agora um pássaro cantar me lembro da história.

É por esse motivo que achei a escrita de Blackmoore mais madura do que a de Edenbrooke, o primeiro livro de Julianne Donaldson que li e amei. Em Blackmoore a história é mais lenta, mas dá para perceber uma escrita mais intensa também.

O romance, tão sutil e dedicado, que é revelado aos poucos, vai dominando nosso coração de leitor. Você torce, se apaixona junto e fica emocionado. Você sofre e ri. O livro, pouco a pouco, vai mexendo com suas emoções e traz reflexões muito boas sobre amizade, amor e encontrar a si mesma. Isso tudo me fez pensar no quanto esse livro merece mais reconhecimento. 

Eu amei a história, apesar de ter demorado um tanto para concluir. E confesso que nem queria chegar ao fim. Cada vez que pegava o livro surgia aquele sentimento único de conforto – sabia que ali iria encontrar beleza, sentimentos puros, delicadeza e emoção.

E como se emocionei! Vários trechos tocaram profundamente meu coração, o que foi mais um fator para a leitura ser tão rica – as emoções narradas de maneira tão singular, com tantas informações interessantes sobre arte, música clássica e até mesmo canto dos pássaros.

Acho que a beleza mais profunda encontra-se no que nosso coração ama.

Só de escrever sobre Blackmoore volto a imaginar os cenários e sentir aquele calor no coração do conforto que somente um lugar agradável é capaz de trazer.

Esse conforto é Blackmoore. E isso foi tudo que está leitura representou para mim.