A Filha Perdida, de Elena Ferrante | Resenha

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A Filha Perdida foi meu primeiro contato com a Elena Ferrante. Até então, nunca tinha lido nada da autora e até mesmo tinha medo de não gostar de sua escrita. Resolvi dar uma chance a este livro específico após ouvir falar muito sobre o filme adaptado do livro – e quis ler antes de assistir.

Título: A Filha Perdida
Autora: Elena Ferrante
Editora: Intrínseca
Páginas: 176
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A história de A Filha Perdida

Em A Filha Perdida conhecemos a Leda, uma mulher de quase 50 anos que finalmente experimenta a liberdade, após suas filhas crescerem e irem morar com o pai no Canadá. Aproveitando as férias do seu trabalho, Leda resolve passar um mês em Nápoles, lendo, estudando e preparando as aulas para o próximo ano da faculdade em que leciona.

Mas ao visitar diariamente a mesma praia, ela começa observar determinada família napolitana que a faz lembrar de sua própria família de origem, assim como suscita diversas memórias da relação com as sua próprias filhas.

Eu achava que todo sofrimento que atingisse as minhas filhas era fruto do já comprovado fracasso do meu amor.

A Filha Perdida

A relação difícil que Leda sempre teve com a maternidade, a solidão, a busca por sua própria identidade, por se enxergar além da mãe que era, são questões que surgem na memória da protagonista conforme ela observa a mãe, Nina, e sua pequena filha, Elena, brincarem diariamente na praia, em meio àquela enorme e barulhenta família.

O que achei de A Filha Perdida

A escrita da Elena Ferrante é muito fluída, embora a autora vá abordando temas muito profundos e sentimentos conflitantes, que me fez querer reler frases e até parágrafos inteiros, as páginas simplesmente passavam rapidamente.

Este livro me fez repensar muitas coisas, sobre a relação de filha e mãe, mãe e filha, mãe e mulher… Embora eu não enxergue a maternidade desta forma e tampouco enxergue o que é ser livre como a Leda enxerga, achei interessante observar uma perspectiva tão dolorosa e desapontada da vida através dos olhos da personagem.

Eu não era mais um peso para mim mesma.

A Filha Perdida

Livros com questões familiares sempre me fazem refletir como a família é a coisa mais importante na vida de uma pessoa – ela molda quem você é, quem você quer (e, na maioria das vezes, quem não quer ser), como você se relaciona com os outros, como enxerga a si mesmo, como lida com o amor.

E todas essas relações que estabelecemos não são tão simples e fáceis quanto esperamos, principalmente quando não há nada maior que nós a nos apegarmos. 

A forma como a Leda tinha sérios problemas com sua mãe e buscava ser uma mãe diferente me fez refletir que ela parecia buscar ser uma mãe diferente da que ela teve, mas não se propôs a entender qual mãe ela poderia ser, sem um contraponto ao qual se comparar o tempo todo. 

Como eu sofria por ela e por mim, como eu me envergonhava de ter saído da barriga de alguém tão infeliz.

A Filha Perdida

De verdade, não gostei da Leda em nenhum momento, mas à medida que a achava insuportável, também ficava intrigada por ela. Não entendia seus sentimentos, não me via em suas ações e, conforme o livro avançava, não conseguia nem mesmo reconhecer as motivações que ela possuía. E você pode pensar: então você não gostou do livro, já que não gostou da protagonista. Mas não! Acho que a intenção da autora não era fazer com que entendêssemos ou gostássemos da Leda…

Afinal, a Leda nem entendia a si mesma. Como esperar que o leitor a entendesse?

Elena Ferrante não tem o menor receio de revelar sentimentos que muitas vezes são mascarados, como a inveja, a insatisfação, a repugnância.

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Em questão de desenvolvimento da trama principal, o livro tem alguns picos de emoção, em que acontecimentos inesperados, pequenas reviravoltas, surgem e me deixaram muito curiosa e com a boca aberta. Obviamente, me apeguei a isso e esperava pelo menos algum tipo de conflito explosivo no final. No entanto, acabei me decepcionando, achei o final monótono, sem graça. 

E isso foi o motivo de eu ter tirado a 5ª estrela que jurava que daria a esse livro, pois ele é tocante, e faz você refletir e repensar, despertando emoções.

Recomendo a leitura, especialmente para quem gosta de livros que mostram uma face diferente e dolorosa da maternidade e tratam de questões familiares.

Você já conhece a escrita da Elena Ferrante?

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13 Comments

  1. Laura Baticioto

    Oi, Lex!

    Também gosto muito de ler narrativas que abordam conflitos familiares. Acho que é um tema muito próximo da realidade, porque se você não tem problemas com a família, com certeza conhece alguém que tem e isso traz mais veracidade pra história.
    Não sei se iria curtir tanto a leitura por causa do final monótono, mas vou deixar a dica salva pro futuro. Gostei muito da sua resenha!

    Estante Bibliográfica

  2. Lulu on the sky

    Ainda não conheço essa autora e amei a sua dica de leitura.
    big beijos
    http://www.luluonthesky.com

  3. Denise Crivelli

    Oi
    eu só fiquei sabendo da existência dessa autora, por conta das resenhas desse livro, parece ser uma leitura interessante, pena que teve personagens que não gostou e que o final acabou decepcionando.

    https://momentocrivelli.blogspot.com/

  4. Sil

    Olá, Aléxia.
    Eu tenho o mesmo receio que você tinha, de não gostar da escrita da autora. Mas que bom que gostou do livro apesar da ressalva. Eu ainda continuo com medo de não gostar até porque não estou lendo livros do gênero no momento.

    Prefácio

  5. Meloren Moreira

    ouço elogios para a escrita de Elena F., mas ainda não li nenhuma obra da autora, espero ler em breve

    beijo
    A mina de fé

  6. Tayane Ribeiro

    Amei a resenha. Nunca li nada da Elena e morro de medo de não gostar. Gosto dessa ideia dela de trazer temas familiares, mas ainda não dei uma chance.
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

  7. Luiza Helena Vieira

    Eu só li um livro da Elena e não tive uma boa experiência. Por isso eu não quis ler esse, mas eu gostei bastante da adaptação… realmente a Leda não é muito simpática, mas é bem intrigante
    Beijos
    https://www.balaiodebabados.com.br/

  8. Lia Christo

    Oi Lex.
    Eu li esse livro ano passado e lembro de ter passado por praticamente as mesmas sensações que você quanto a protagonista e a tudo que a cercava. Gostei muito de conhecer sua opinião.
    Bjus

  9. Priih

    Oi Lex, tudo bem?
    Gostei muito dos pontos levantados por você. Também acho que livros que falem dessas emoções conflitantes sobre família e maternidade sejam muito marcantes. Dica anotada! 🙂
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

  10. Alessandra Salvia

    Oi Lex, tudo bem?
    Eu já li um livro da Elena e foi uma experiência bem… diferente, intensa, dramática. Ela constrói suas histórias aos poucos e quando menos percebemos são temas importantíssimos e que impactam!
    beeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

  11. Vanessa

    Olá!
    Amei ver esse livro aqui. Já faz um tempinho que está na minha lista de leitura.
    Ainda não sei quando vou conseguir ler mas espero que muito em breve. A escrita da autora por ser fluida me chama muito a atenção.

    Esse mês de abril estou participando pela primeira vez do BEDA, se quiser acompanhar terá posts todos os dias no mês de abril. E ficarei muito feliz.
    Beijos.

    http://www.parafraseandocomvanessa.com.br/?m=1

  12. Nana Barcellos

    Olá,
    Eu adorei a adaptação, apesar do final ter me chateado um pouco também. Então super acredito que a experiência de leitura será bem parecida com a sua.
    Não sei se gostei ou não da Leda. Mas eu gosto de narrativas que abordam o lado negativo da maternidade.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

  13. Queria Estar Lendo

    Oi, Lex! Tudo bom?
    Eu ainda não li Elena, mas tá na minha lista de autoras pra conhecer pelo tanto de elogios às histórias dela que eu escuto. Quero ver a adaptação desse antes de ler pra ver se me atrai pra história!

    Beijos, Nizz.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

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